O
espetáculo Três Mulheres Altas volta
aos palcos, a partir de 7 de
março, no Teatro
Bravos, em São Paulo. Em
cena, três mulheres de gerações distintas – interpretadas por Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill - confrontam
suas perspectivas sobre a vida e o envelhecimento. O espetáculo propõe uma reflexão profunda
sobre a passagem do tempo e a forma como lidamos com ele.
A montagem passou por sete
cidades e teve mais de 50 mil espectadores, e já ganhou diversas montagens, focando o embate de três mulheres em
diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice. Dirigido
por Fernando Philbert, a peça – que rendeu o Prêmio Pulitzer ao autor – coloca em cena o acerto de contas entre três gerações.
O brilhante elenco interpreta três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Suely Franco/Ana Rosa), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Deborah Evelyn), espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Nathalia Dill), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa.
Escrita por Edward
Albee (1928-2016) no início da década de 90, a peça se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. A partir de
4 de abril, Ana
Rosa substituirá Suely Franco no elenco até o final
da temporada, em 11 de maio. A atriz entrou para o Guinness
Book, em 1997, como a maior
recordista do mundo em papeis na televisão.
A nova montagem reflete todas as mudanças comportamentais e políticas, especialmente nas questões femininas. Sexo, casamento, desejo, pressões e machismo aparecem nos diálogos e comprovam a extrema atualidade do texto perversamente engraçado de Albee.
O espetáculo já realizou uma temporada de grande sucesso, em 2022/2023, com lotação esgotada. “O texto nos leva a refletir sobre ‘qual é a melhor fase da vida?’, além de questões sobre o olhar da juventude para a velhice e o que fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, é uma comédia em que rimos de nós mesmos’, analisa Fernando Philbert.
Trajetória de um clássico
Escrita
em 1991 e lançada em 1994, ‘Três Mulheres Altas’ representou uma virada na trajetória
de Edward Albee (que também é autor de Quem tem medo de Virginia Wolf?). Aos 60
anos, ele ganhou o terceiro Prêmio Pulitzer, além de dois Tony Awards, e uma série de outros troféus em premiações mundo afora.
A
peça tem características autobiográficas e foi escrita pouco tempo após a morte
da mãe adotiva do autor, que teria inspirado a personagem mais velha. Após
abandoná-la aos 18 anos, Albee voltou a ter contato com a mãe, quando ela já
estava com Alzheimer.
‘Três Mulheres Altas’ vai além de ser um retrato de sua mãe. O texto traz o olhar mordaz e cômico de Albee para a classe média alta americana e toda a sua hipocrisia, ao falar sobre status, sucesso, sexo e abordar a visão preconceituosa da sociedade e as relações que as três mulheres travam com o mundo, sempre atravessadas pelo filtro machista”, observa o diretor.
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Fotos: Pino Gomes |
Serviço:
Três
Mulheres Altas
Data: de 07 de março a 11 de maio de
2025. Quinta a sábado às 20h e domingo às 17h
Local: Teatro Bravos
Endereço: Rua Coropé, 88,
Pinheiros, São Paulo.
Ingressos: www.sympla.com.br
Bilheteria do Teatro Bravos: De
terça à domingo das 13h às 19h ou até o início do último espetáculo.
Mais informações: (11)
99008-4859.
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