Multiartista, jornalista
pós-graduada, primeira mulher trans a ocupar o cargo de coordenadora municipal
da diversidade da cidade de São Paulo, participante de reality shows,
figura da TV, jurada de programas de
talentos, Léo Áquilla acumula muitas facetas públicas.
Agora, com o lançamento da
biografia “Um Salto Para o Sucesso”, pela Citadel
Grupo Editorial, ela revisita sua jornada de vida, marcada por violência e
preconceito, mas também plena de vitórias pessoais que repercutem para toda a
população LGBTQIAPN+ do Brasil.
No livro que acaba de lançar, a artista e ativista compartilha os momentos difíceis que enfrentou, mesmo tendo notoriedade e sendo considerada um ícone LGBTQIAPN+ do Brasil. Ela lembra as violências que sofreu ainda na infância e reflete sobre a dura realidade das crianças com sexualidades e identidades de gênero distintas do que é considerado padrão.
Surras não resolvem
"Todos da minha família sabiam que eu era diferente, mas ninguém falava sobre isso. Eu me sentia silenciada. Na infância, não tinha um lugar de paz. Essa criança negada, invisibilizada, maltratada e surrada sofreu danos irreversíveis. As chances de tudo ter dado errado na vida dela eram enormes. Crianças LGBTQIAPN+, principalmente, têm seu desenvolvimento e sentimento abafados. Seria mais fácil acolhê-las e deixar a natureza fluir, porque sabemos que não existe "cura para o que não é doença". Nem toda a surra do mundo adianta – e estou aqui para provar", enfatiza na obra.
Léo relembra momentos da infância
difícil, com a rejeição da família, que
não aceitava seus trejeitos femininos. Vítima de agressões psicológicas e
físicas na escola, ela se sentiu abandonada. Esse descaso familiar e do poder
público a abalou, a ponto de repetir por
três vezes a 1ª série do Ensino Fundamental.
Enquanto ainda buscava entender sua
sexualidade e identidade de gênero, enfrentou outras faces do preconceito: foi
violentada sexualmente, era constantemente humilhada pela vizinhança e chegou
até a ser apedrejada publicamente. Decidida a mudar essa realidade, ela
encontrou na arte o ponto de virada.
Símbolo de representatividade
A carreira artística, iniciada com
performances de dublagem como drag queen, ganhou notoriedade em festas e
baladas e angariou fãs em todo o país. Áquilla logo se transformou em rosto
conhecido na tevê: de participante frequente se tornou convidada fixa, mentora
e repórter de atrações apresentadas em diferentes emissoras.
Com a exposição em rede nacional,
virou sinônimo de representatividade. O glamour das câmeras, porém, nunca
preencheu a necessidade de arregaçar as mangas para mudar a realidade de outras
pessoas do universo LGBTQIAPN+. A
política a ajudou a realizar mais pelos grupos vulneráveis. Nessa empreitada,
fez história como titular da coordenação de políticas para a diversidade da
capital paulista.
Baseada em sua vivência, a autora
compartilha estratégias práticas de transformação. São lições que inspiram coragem, como
ser a melhor em tudo o que faz, jamais aceitar o não, fazer acontecer mesmo
diante das dificuldades e usar o tempo a seu favor.
A história de Léo Áquilla narrada na autobiografia é marcada por luta, resiliência e superação. A intenção da autora
é inspirar a comunidade LGBTQIAPN+ e também incentivar a construção de um mundo mais inclusivo e
acolhedor para todos. O livro pode ser adquirido na Amazon por R$ 59,90.
Mais informações: @leonoraaquillaoficial
0 comentários :
Postar um comentário