“Vidas em Costura” é uma exposição de moda diferente. Nela, doze criadores e estilistas contam suas trajetórias pessoais e relatam como lidaram com os desafios desse universo. Para eles, moda é tudo menos produzir a peça industrial que vai parar na vitrine de uma loja.
A mostra é dividida em três partes: Tecidos da Imaginação (apresenta experiências ousadas com materiais surpreendentes); Hora do Corte (aborda a apropriação da arte do vestir por grupos antes dela excluídos); e Tramas do Pensamento (reflete sobre os caminhos do vestuário diante de questões como consumismo e problemas ambientais).
Instalações Têxteis
Com apoio do Instituto C&A, pilar social da C&A, o Museu da Pessoa estreia essa exposição que traz histórias de vidas atreladas à moda e os desafios da cadeia têxtil sob diferentes aspectos.
A mostra, gratuita, pode ser vista, de forma presencial, na estação Clínicas da Linha 2–Verde do Metrô/SP, onde se encontram instalações têxteis traduzindo as histórias artisticamente, e no endereço on-line https://memo.museudapessoa.org/vidas-em-costura/, até fevereiro de 2024. Os visitantes são convidados a interagirem com as peças e registrarem suas próprias vivências no mundo da moda através do site do Museu.
Na expo virtual, o visitante também pode acessar um roteiro educativo, que propõe trabalhar as histórias de vida com os temas do projeto. Ele pode ainda acessar a conteúdo digital do acervo do museu e as entrevistas na íntegra.
Trajetórias Pessoais
Virtual e colaborativo, o Museu da Pessoa tem o objetivo de registrar, preservar e transformar histórias de vida. Conta com um acervo de mais de 18 mil depoimentos em áudio, vídeo e texto e cerca de 60 mil fotos e documentos digitalizados de brasileiros (as) de todas as regiões, idades, classes e atividades.
A produção da mostra foi viabilizada pelo Programa de Apoio à Cultura do Estado de São Paulo e conta a história dos doze criadores e estilistas: Sandro Freitas, Talita de Lira, André Hidalgo, Beatriz Morales, Dani Rudz, Geraldo Lima, Jum Nakao, Mônica Anjos, Fernanda Simon, Patricia Sant’Anna, Laís da Lama e Vicenta Perrotta.
Painéis propositivos
Foto: divulgação C&A |
São apresentadas, em diversos painéis, conversas e provocações que questionam as práticas da indústria, propondo outras construções de relações, de comportamentos, de identidades e de vidas.
Jum Nakao, designer de moda e diretor de criação, observa que “fazer um desfile com roupas de papel e pedir para as modelos rasgarem no final, em uma Semana de Moda, era um manifesto. Mas a receptividade foi muito positiva. Se, por um lado, eu fechei uma porta, outras infinitas abriram-se depois”.
Já Fernanda Simon, do Fashion Revolution Brasil, além de combater o processo de produção desenfreada do capitalismo e pensar numa moda responsável, luta para que as pessoas se façam a pergunta: Como é produzida a minha roupa?
“Na faculdade eu convivia com uma turma moderna, e comecei a ir a lugares, mas no fundo eu não me sentia parte do grupo. Eu queria fazer algo bom para o planeta. Eu meio que ‘mergulhei’ nessa história de ativismo e fiz o Fashion Revolution virar um movimento”, relata.
Inovação é a tônica
Fotos: divulgação Museu da Pessoa. |
Lucas Torigoe, coordenador de pesquisa do Museu da Pessoa, destaca o comprometimento destes 12 criadores em inovar seus processos de produção das vestimentas. “Para elas, a noção de autoria é essencial, numa forma de contribuir para a mudança da moda a partir das referências de suas trajetórias de vida. Esperamos que, através desse projeto, mais pessoas se inspirem a entrar neste mundo e transformá-lo”, expõe o profissional.
"Provocações que quebram paradigmas e fazem com que as pessoas reflitam sobre a moda são sempre apoiadas pelo Instituto C&A. “Vidas em Costura” é um exemplo: a mostra oferece, de forma gratuita e em mais de uma plataforma, um conteúdo rico que pode mudar o olhar para a moda e levantar questionamentos do seu próprio consumo”, pondera Gustavo Narciso, diretor executivo do Instituto C&A.
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