Apaixonada por moda e consciente do poder de um look bem elaborado, Elke Maravilha escolheu Walério Araújo para desenhar seu figurino para as aparições públicas, na tevê e festas. E recomendou exagero: “As mulheres querem menos, mas para mim você pode aumentar os adereços de cabelo, os volumes, os bordados, tudo”.
O
céu era o limite no processo criativo dos looks dela, conta Walério que, na coleção recém-apresentada na SPFW- N55, escolheu homenagear a amiga e musa inspiradora, que morreu em 2016, aos 71 anos de idade. As
roupas “contam” a vida de Elke desde os tempos em que surgiu na mídia como
manequim de Clodovil e, depois, de Zuzu
Angel.
Foram
desfiladas peças como body, macacão, blazer, vestido e botas de cano alto até a
virilha. “Quis um desfile-espetáculo, mas com criações palpáveis e reais para o
público final”, explica Walério.
Tecidos
de escolha: musseline, tafetá, seda e
cetim – e muitos bordados.
Tonalidades:
da bandeira LGBTQIA+, causa defendida por Elke, bem antes que o
assunto virasse pauta mundial. A cartela vai do vermelho ao preto, com a
gradação representando diferentes fases da história da musa. A vivacidade dos tons de vermelho, laranja e amarelo
remetem à sua fase no júri de calouros de Chacrinha e Silvio Santos.
Já os tons
pastéis, como os looks marfim e off-white, representam o momento em que modelou
para Zuzu Angel. Como um pedido de paz pelo desaparecimento do filho da
criadora e amiga na ditadura, Elke usava
uma pomba branca como acessório de cabeça, trazida por Walério no styling.
Na
sequência vieram as peças turquesa, azul royal, roxo e preto. Vale lembrar que o preto faz referência à Kalunga, gato de mesma
cor e bicho de estimação de Elke, que também representava seu exu.
Em
tempo: a apresentação homenageou Chacrinha
com um poderoso modelo rebordado com centenas de pérolas e uma bolsa de abacaxi.
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