Anos
de janela ensinaram ao estilista Alexandre Herchcovitch que moda boa é a que
vende. Por isso, a coleção da À La
Garçonne, para o inverno 23, apresentada, na FAAP, no pré-open da
53ª edição SPFW (São Paulo Fashion Week), surpreendeu.
É
que, nos lançamentos, Herchcovitch, diretor
criativo da marca, amenizou sua índole transgressora para mostrar que o requinte pode dispensar bordados,
pedrarias e badulaques mil chamativos para se apoiar na qualidade da matéria-prima e na correção da modelagem. O brilho discreto ficou restrito para os looks pretos.
Com mérito comercial, a linha destacou visuais
inspirados em trajes de festa vintage, inclusive o smoking. Predominam o rigor e precisão do corte de alfaiataria. Vestidos
ganham colares de camisas, um colete se
transforma num vestido curto e - surprise – a jaqueta de botões vira um longo sem mangas.
Pessoalmente, gostei dos chemises branco
e transparentes, uma ode à feminilidade, mas de uso limitado para mulheres
com shape malhado. Para as
festas da temporada de frio, a grife
propõe vestidos lânguidos e de caudas longas, que ganham complemento de sobretudos e jaquetas
peludas ou mesmo (já que a democracia da
moda tudo permite) de um casaco
esportivo em matelassê.
Anote outros pontos da coleção: camisetas estruturadas, em tecidos telados; alguns
modelitos mais ajustadas ao corpo; sobreposições de peças e mais peças; maxicoletes, bleizeres amplos; casacos de pele fake; golas de tricô com recortes e relevos texturizados; vestidos longos com decote marcante e cauda; sandálias usadas com meias.
Na parte esportiva, destacam-se os moletons largos e
confortáveis, as calças camufladas ou
quadriculadas e as jaquetas com desenhos de ossos, numa sutil referência
às caveiras, trade mark do
estilista em sua longeva carreira de quase três decadas. @alagarconne.
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