“Movimentos são tão eloquentes quanto palavras” – essa frase foi
cunhada por Angela Isadora Duncan, coreógrafa e bailarina norte-americana, que se comunicava com o público
através dos passos de seu balé. Para ter
a dimensão da importância de sua atuação na arte que abraçou, ela foi considerada a precursora da dança moderna e suas apresentações conquistaram aplausos em toda a Europa.
Duncan
nasceu na Califórnia, mas viveu na Europa Oriental e na União
Soviética, dos 22 anos até a
data da sua morte acidental , aos 50 anos, ocorrida na França. Na fatídica noite de 14 de setembro de 1927, em Nice, Isadora era passageira no carro de Benoît Falchetto,
piloto automobilístico de origem italiana. No
início de sua carreira, como mecânico, especialmente para a marca Amilcar, ele
propôs o infeliz teste de um modelo de automóvel do qual Isadora mostrou interesse em adquirir.
Sempre se distinguindo na forma de se vestir e se portar, ela usava uma longa écharpe de seda, pintada à
mão, assinada pelo artista russo Roman Chatov, presente da amiga Mary Desti, que aconselhou que ela vestisse um casaco, porque o passeio seria em automóvel conversível.
Mas Isadora optou por usar apenas o longo foulard enrolado em seu pescoço e que, acidentalmente,
se enroscou nas rodas do veículo, arremessando-a para fora do carro e estrangulando-a. A bailarina ainda foi conduzida ao hospital, mas os médicos explicaram que, devido
ao forte impacto contra o pavimento de pedra, ela teve morte imediata.
Natureza e Esculturas
Precocemente, aos onze anos, ela já dançava e criou um estilo coreográfico próprio e
inovador, transmitindo-o a quem tivesse
interesse. Ela se inspirava nos movimentos da natureza e nas posturas das
esculturas da Antiga Grécia, buscando constantemente a máxima liberdade na dança
e na vida. Coroando essa escolha de rota livre, ela optou por dançar descalça e
com o corpo coberto apenas por túnicas de seda ou tecidos sempre leves e
esvoaçantes que, além de proporcionarem conforto, criavam um movimento poético conforme o ritmo da dança.
Isadora Duncan não seguia regras formais ou técnicas rígidas
de balé, abrindo espaço para o que
chamamos hoje de dança contemporânea. O fato de ela ser livre e se autodeclarar atéia, simpatizante comunista
e bissexual despertou a atenção do público e colaborou para que seu
nome e, consequentemente, sua arte fosse reconhecida e respeitada mundo afora.
A bailarina teve dois filhos, um em 1906, com o designer de teatro Gordon Craig, e outro em 1910, com Paris Singer, um dos filhos do industrial Isaac Singer, da empresa de máquinas Singer, de quem herdou a fortuna. Tragicamente, em 1913, as crianças acabaram morrendo afogadas, junto com a babá, em um acidente de carro no rio Sena, na França , tragédia da qual a artista nunca se recuperou. As suas cinzas foram colocadas ao lado dos filhos, no cemitério Père Lachaise, em Paris.
triste destino !
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