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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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O fatídico passeio de Duncan. Ou como morrer vítima de uma écharpe.

Written By Deise Sabbag on segunda-feira, 15 de março de 2021 | março 15, 2021



“Movimentos são tão  eloquentes quanto palavras” – essa frase foi cunhada por Angela Isadora Duncan, coreógrafa e bailarina norte-americana, que se comunicava com o público através dos passos de seu balé.  Para ter a dimensão da importância de sua atuação na arte que abraçou,  ela foi  considerada a precursora da dança moderna e suas apresentações conquistaram aplausos em  toda a Europa.

Duncan nasceu  na Califórnia, mas viveu na Europa Oriental e na União Soviética,  dos 22 anos até a data da sua morte acidental , aos 50 anos, ocorrida na   França.  Na fatídica  noite de 14 de setembro de 1927, em Nice, Isadora era  passageira no carro de Benoît Falchetto, piloto automobilístico de origem italiana.  No início de sua carreira, como mecânico, especialmente para a marca Amilcar, ele propôs o infeliz teste de um modelo de automóvel  do qual Isadora mostrou interesse em  adquirir.




Sempre se distinguindo na forma de se vestir e se portar,  ela  usava uma longa écharpe de seda, pintada à mão, assinada  pelo artista russo 
Roman Chatov, presente da amiga Mary Desti, que   aconselhou que ela  vestisse um casaco, porque    o passeio seria em   automóvel conversível.

 

Mas Isadora optou por  usar apenas o longo foulard  enrolado em seu pescoço e que, acidentalmente, se enroscou nas rodas do veículo, arremessando-a para fora do carro e estrangulando-a. A bailarina  ainda foi conduzida ao hospital, mas os médicos explicaram que, devido ao forte impacto contra o pavimento de pedra,  ela teve morte imediata.




Natureza e Esculturas

Precocemente,  aos onze anos, ela já dançava e  criou um estilo coreográfico próprio e inovador,  transmitindo-o a quem tivesse interesse. Ela se inspirava nos movimentos da natureza e nas posturas das esculturas da Antiga Grécia, buscando constantemente a máxima liberdade na dança e na vida. Coroando essa escolha de rota livre, ela optou por dançar descalça e com o corpo coberto apenas por túnicas de seda ou tecidos sempre leves e esvoaçantes que, além de proporcionarem conforto,  criavam  um movimento poético conforme o ritmo da dança.




Isadora Duncan  não seguia regras formais ou técnicas rígidas de balé, abrindo espaço para  o que chamamos hoje de dança contemporânea. O fato de ela ser livre e  se autodeclarar atéia, simpatizante comunista e bissexual  despertou a  atenção do público e colaborou para que seu nome e,  consequentemente,  sua arte  fosse reconhecida e respeitada mundo afora.


A bailarina  teve dois filhos, um em 1906,  com o designer de teatro Gordon Craig, e  outro em 1910, com Paris Singer, um dos filhos do industrial Isaac Singer, da empresa de máquinas Singer, de quem herdou a fortuna.   Tragicamente, em 1913, as crianças acabaram morrendo afogadas,  junto com a  babá, em um acidente de carro no rio Sena, na França , tragédia  da qual a artista nunca se recuperou.  As suas  cinzas   foram colocadas ao lado dos filhos,  no cemitério Père Lachaise, em Paris. 

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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