Diante do colapso global causado pelos lockdowns e pela paralisação do turismo em todos os principais mercados, a indústria do luxo enfrenta um grande desafio. Depois de cair em cerca de 25% no primeiro trimestre de 2020, a desaceleração deve aumentar no segundo trimestre e pode levar a uma contração estimada entre 20% a 35% ao longo do ano.
Essas são as principais conclusões do estudo da Bain & Company, uma das principais consultorias estratégicas do mundo, divulgado em colaboração com a Fondazione Altagamma, a fundação da indústria de fabricantes de produtos de luxo italianos.
Transformação à Vista
Segundo
a Bain, haverá uma recuperação para o mercado de luxo, mas o setor será
profundamente transformado. A crise do coronavírus forçará a indústria a pensar
de forma mais criativa e inovar ainda mais rapidamente para atender a uma série
de novas demandas dos consumidores e restrições de canal.
A
consultoria estima que o mercado de bens
de luxo pessoais tenha caído 25% no primeiro trimestre do ano, com a expansão
da Covid-19 na Ásia e, depois, em todo o mundo. Um
forte início de ano em todas as principais regiões (China, Europa e América)
foi rapidamente afetado pela imposição de lockdowns e pelo colapso do turismo,
o que ampliou o declínio na Europa. As vendas de luxo no Japão e no resto da
Ásia também caíram, embora a um ritmo um pouco mais lento.
As
compras de luxo online permaneceram resilientes, enquanto os modelos
tradicionais de lojas, incluindo as de departamento, sofreram quedas
acentuadas. O varejo de viagens foi dizimado pelo desligamento do transporte
aéreo em todo o mundo.
De
acordo com a Bain, à medida que os consumidores emergem lentamente dos
lockdowns, a maneira como enxergam o mundo mudará e as marcas de luxo
precisarão se adaptar. A segurança na loja será obrigatória, e deverá ser
combinada com a "magia" da experiência de luxo: maneiras criativas de
atrair clientes para a loja ou de levar o produto ao cliente farão a diferença.
Todas
as categorias sofreram quedas, com acessórios mostrando a maior resiliência e
relógios caindo mais devido à falta de plataformas de vendas online para
compensar o fechamento dos canais físicos.
Olhando
para o futuro
Vai
levar tempo para o mercado se recuperar. A Bain & Company antecipa que uma
recuperação para os níveis de 2019 não ocorrerá até 2022 ou 2023. O crescimento
do mercado será retomado gradualmente a partir de então, atingindo entre € 320
e 330 bilhões em 2025.
Para
a consultoria, a velocidade do crescimento futuro do mercado dependerá das
respostas estratégicas dos players de luxo à crise atual e de sua capacidade de
transformar o setor em nome do cliente.
Os
consumidores chineses devem confirmar seu lugar como os compradores mais
importantes do segmento, respondendo por quase metade de todas as compras em
todo o mundo até 2025. Como região, a China continental representará 28% do
mercado de luxo, ante 11% em 2019.
O
canal online, que já registrou um crescimento de dois dígitos em 2019,
continuará ganhando participação e respondendo por até 30% do mercado até 2025,
movimento puxado pelas novas gerações (Geração Y e Geração Z), a maioria do
mercado de luxo.
Diante
de uma crise sem precedentes, os players de luxo precisarão agir agora para
criar seu futuro. Todos os aspectos do mercado, da criação à distribuição, do
marketing à cadeia de suprimentos e, crucialmente, da interação com os clientes
finais, precisarão ser repensados para se adequarem a um mundo em mudança.
Para
a Bain, as marcas vencedoras serão as que melhor interpretarão o cenário atual,
ao mesmo tempo em que permanecerão consistentes com seu DNA interno e sua
história. Saiba mais: http://www.bain.com.br
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