Geraldo Dayrell Comini é o nome solene do artista plástico conhecido como G Comini e chamado pelos amigos afetuosamente de Ge. Criador e criatura ao mesmo tempo, ele não foge dos desafios difíceis e – segundo se pode constatar – tem uma paciência de Jó. Prova disso é que essa alma talentosa dedica boa parte de seus dias criando microcolagens, no ateliê instalado no spa do Hotel Renaissance (São Paulo). Lá, ele executa seu ofício artesanal, ao mesmo tempo em que aprecia o burburinho, a curiosidade e os elogios dos hóspedes.
Qual um cirurgião experiente, ele desenvolveu tato para movimentar bisturi, pinças cirurgicas, tesouras usadas em operação ocular e lupas de relojoeiro. Com esses instrumentos, executa microrecortes minuciosos que, depois, serenamente, cola um a um, de modo que o resultado seja sempre uma obra admiravelmente perfeita, sem vãos, irregularidades ou falhas.
Comini
desenvolveu uma técnica própria,
que utiliza recortes milimétricos de
imagens de papéis de presente, revistas ou descartadas, sem jamais recorrer à computação gráfica, e com
ilustrações feitas à mão. As matrizes de pequena dimensão (34 x 25 cm) são fotografadas
em alta resolução. Mantendo as cores originais, elas são
ampliadas, através da técnica de impressão de belas-artes, em papel 100 % algodão, em dois tamanhos (137
x 109 cm - 100 x 79 cm) e em série limitada
de apenas oito tiragens. Dessa forma, o artista plástico consegue destacar a exatidão dos recortes à mão e os efeitos de
tridimensionalidade, traduzidos como intensidade e vibração. Efeitos especiais
são obtidos com lápis ou canetas aquarela.
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G Comini com Jum Nakao |
Seus trabalhos – caracterizados por intrincado jogo de imagens e cores e que conseguem aliar o barroco e o moderno - já fazem parte do decor de residências de alguns famosos, como o jogador Raí.
“Essa é a forma de expressão que me realiza. Minhas criações têm referência em minha origem plural: uma mescla de ancestrais italianos, ingleses,
portugueses e brasileiros. As obras que assino são coloridas, intensas, disruptivas, mas
sobretudo humanas e emocionais. Além
do ato de colar algo a alguma coisa, penso na sobreposição de perspectivas e de
sentidos e no belo como representação de um conceito determinado. Na verdade, vejo nossas vidas como colagens de experiências acumuladas”, expõe.
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G Comini |
Comini nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ele lembra que praticamente veio ao mundo com lápis e pincéis na mão. “Acho que comecei a desenhar antes de mesmo falar ou andar. Consequentemente, a imagem passou a ser o meu primeiro e principal meio de expressão. Iniciei minha carreira profissional aos doze anos, já como designer gráfico. Escolhi manter um estúdio pequeno, que – ao contrário das agências de publicidade - me proporcionava mais liberdade de criação e de experimentação. Optei por me especializar na área de moda, onde o novo e o diferente era mais acolhido e valorizado. Tenho orgulho de ter sido um dos pioneiros e raros designers especializados no segmento fashion”, recorda.
Formado em Desenho Industrial e Gráfico pela Fundação Universidade Mineira de
Arte, atuou, durante muitos anos,
como programador visual. Membro
da International Society of Assemblage and Collage Artists, foi o primeiro designer gráfico
do país voltado exclusivamente para moda. Em tempos distantes da computação
gráfica, ainda anos 1970, dedicou-se à
criação de logotipos, tags, embalagens, estamparias.
Priorizando o
estilo humanista e – importante - sem nunca recorrer às técnicas
digitais, desenvolveu inúmeras campanhas publicitárias com desenhos e colagens
manuais. Criou imagens
inesquecíveis para Renato Kherlakian, da Zoomp (é autor da forma
definitiva do raio que marcou a moda dessa grife nos anos 80).
Também trabalhou para outras brands nacionais importantes como
Forum, Varal, Divina Decadência, Ellus, Iódice, Grupo Mineiro de Moda, Maria
Bonita, Equilíbrio, Glória Coelho e Huis Clos, da saudosa estilista Clô
Orosco.
No auge do sucesso
de sua carreira como designer de moda, no final dos anos 90, sentindo-se estressado e desiludido com a estética vigente, resolveu tirar
um período sabático e
experimentar outros caminhos de expressão. Retirou-se do cenário gráfico da moda. Testou várias atividades. Até o dia em que,
quase por acaso, descobriu as colagens.
Fascinado por desafios e munido de extrema disciplina, elegeu esse ofício para acalentar sua alma artística.
Durante 16 anos, trabalhou com afinco criando inúmeras colagens que não pretendia expor. Mas hoje o artista plástico já se considera pronto para mostrar pessoalmente, a quem possa interessar, o capricho de sua arte, que pode ser apreciada em sua home gallery, localizada no Conjunto Nacional, no coração da Avenida Paulista. Ele também apresenta as obras do acervo "In between" nos destaques do Instagram – gcominicolagens.
As
obras de Comini têm como base elementos da mídia impressa 'reciclada', trabalhadas em conteúdo e forma. O resultado mostra a beleza dos
efeitos tridimensionais e dos cortes de cada pedacinho. Numa época em
que se fala tanto de sustentabilidade, esse artista (ou artesão como gosta de
se autodefinir) revela o collage
feito com reaproveitamento da
matéria-prima. “Crio em cima do que já foi criado. Para obter o look final, eu me aproprio de centenas de imagens
concebidas por artistas anônimos. Assim, mesmo involuntariamente, estabeleço com
eles uma parceria, uma mecânica de
criação conjunta", detalha o artista.
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GComini com a jornalista Andrea Dantas e a meticulosa obra de arte |
A jornalista Eugênia Zerbini considera “feéricas” as colagens do artista. Outra representante da imprensa, Erika Palomino, definiu esse meticuloso trabalho como “coisa de gênio”
Sem se abalar
com elogios e críticas, ele segue empregando seu tempo na concepção de minirecortes e colagens. Recentemente, porém, saiu de sua zona de conforto para encarar
novos desafios. Como artista convidado da Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo, na premiação de empresas que trabalham com projetos de
sustentabilidade, ele criou uma galeria
digital usando a fachada do prédio da FIESP como uma tela gigantesca, na
movimentada Avenida Paulista. Utilizou 240.000 lâmpadas LED para dar movimento a alguns dos seus trabalhos de
colagem. O resultado ? Moderníssimo e fantástico. De tirar o fôlego!
Obras maravilhosas
ResponderExcluirObrigado...Fico feliz que tenha gostado!
ExcluirParabéns pelos trabalhos! São maravilhosos!
ResponderExcluirFico muito feliz que goste!
ExcluirConheço o G e sou fã do seu trabalho. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado amigo!
ExcluirÓtima matéria parabéns !! Desejo muito sucesso!!
ResponderExcluirTe agradeço de coração!
ExcluirG Comini, homem de bom gosto, inteligente e muito criativo!!! Suas obras são como sua alma, emanam brilho e muita beleza... Te desejo muito sucesso, você merece! É muito querido e muito especial! ��
ResponderExcluirObrigado pelo apoio amiga!...bjao!
ExcluirTive o privilégio de conhecer esse grande artista e suas obras, cheias de estilo, bom gosto e lindas mensagens próprias de uma alma sensível e evoluída. Parabéns!!!
ResponderExcluirObrigado ....muita gentileza sua!
ExcluirSempre admirei o incrível trabalho de G. Comini, minucioso, bom gosto inigualável. Tive o previlégio de fazer parte do Depto. de criação da marca Zoomp, onde conheci o trabalho do G. Comini. Renato Kherlakian me falava sempre sobre o trabalho que o G. desenvolvia para estampas e vitrines nos anos 80. Para mim G.Comini é referência para meu trabalho até hoje, original, sofisticado e um dos maiores artistas que conheci, e melhor ainda pessoalmente em uma de suas expos.
ResponderExcluirDificil agradecer tanta generosidade...mas um obrigado diz tudo!....
ExcluirEu sou um dos privilegiados de conhecer o trabalho desse artista. De fato, a proposta do G Comini é disruptiva, atual, mas ao meu ver, o mais importante é que os quadros transbordam emoção e cada uma de suas obras instiga uma viagem ao subconsciente de cada indivíduo.
ResponderExcluirMuito pertinente sua analise....obrigado de coraçao!
Excluirtrabalho espetacular, Ge! sucesso sempre! parabéns! Grande abraço
ResponderExcluirObrigado por sua resposta...Abs...
ExcluirQuando a arte expressa a beleza da alma do artista. Tenho o privilégio de ter uma de suas obras em minha sala de jantar. Sou uma grande admiradora de G Comini.
ResponderExcluirQue ela te inspire e te dê altas vibraçoes em casa!...e te proteja tambem!...
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