A
riqueza e a variedade de tecidos e estampas da cultura japonesa podem ser
conferidas na Japan House São Paulo. Trata-se da exposição ‘Nuno – Poéticas têxteis
contemporâneas’, em cartaz até 27 de outubro de 2019.
A
mostra destaca peças criadas pela designer japonesa Reiko Sudo, da
marca Nuno (palavra
japonesa que significa tecido) que
desenvolve materiais e técnicas, reinterpretando a tradição têxtil do Japão.
Com
curadoria de Adélia Borges, crítica
e historiadora de design; e de Mayumi
Ito, consultora e fundadora do projeto comunitário Amaria, estão
expostos 35 diferentes tecidos desenvolvidos com matérias-primas que vão de bashofu (fibra de
bananeira produzida em Okinawa, no Japão), a páginas de jornais, passando
por washi (papel
japonês), cobre, plástico, borrachas, penas até materiais tradicionais, como
algodão, seda, poliéster, lãs e feltro.
A
mostra evidencia a diversidade das técnicas, texturas, materiais e cores,
incluindo as formas de produção artesanal, semi-industrial e industrial da
marca têxtil. O arquiteto Pedro Mendes
da Rocha, responsável pela expografia, inspirou-se na organicidade da vida para
apresentar uma grande árvore no térreo do centro cultural, cujos ‘galhos’
e ‘folhagens’ são representados por painéis, de 3,5m de largura, cada qual com
um diferente tecido.
Reiko Sudo e uma de suas criações têxteis |
Como parte da mostra, a entrada do centro cultural transformou-se em uma vitrine com koinoboris, carpas estilizadas, símbolos de saúde e longevidade, feitas com tecidos. A exposição também traz uma série de amostras que podem ser manuseadas pelo visitante, como o Tanabata (2004), tecido de poliéster em formas de origami, que cria sensação de movimento, ou o Kibiso Futsu Crisscross (2008), que reaproveita fibras do casulo de seda, antes descartadas pelo difícil manuseio.
A
curadoras ressaltam preocupação da Nuno em manter pequenas tecelagens japonesas
ativas e, dessa forma, valorizar técnicas ancestrais do feito à mão, com novos materiais e tecnologias. Elas
lembram que Reiko Sudo também propõe um
novo olhar para o belo, ressignificando, por exemplo, o processo da ferrugem
que é utilizado no tingimento de tecidos.
Com
itens presentes no acervo de importantes museus internacionais, como o
MoMA Museum of Modern
Art (Nova Iorque) e Victoria
& Albert (Londres), a designer consegue reunir o absoluto manual e o extremo high-tech. Fundado em
1984, na cidade de Tóquio, Nuno é considerado um genuíno centro de
experimentações.
"O trabalho de Reiko Sudo é admirável. Após mais de 30 anos de fundação da marca, a designer contribui com suas inovações, mesmo quando está trabalhando sob a premissa de técnicas tradicionais", pondera Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da Japan House São Paulo.
Além
das atividades, ao longo da exposição, a Japan House São Paulo apresenta uma intensa programação em
colaboração com algumas instituições para aproximar as realidades japonesas e
brasileiras na área da pesquisa de desenvolvimento têxtil.
Fotos: Alisson Louback |
Serviço:
Nuno – Poéticas têxteis contemporâneas
De
20 de agosto a 27 de outubro de 2019
Japan House São
Paulo (Av. Paulista, 52)
Terça-feira a Sábado: das 10h
às 20h
Domingos
e feriados: das 10h às 18h
Entrada
gratuita
Confira
a programação: www.facebook.com/JapanHouseSP/
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