Diferentes
facetas da Itália são retratadas com arte num suporte inusitado: lenços de
seda, também chamados de “foulards”. A expo chega ao Brasil após ter sido apresentada em
cidades italianas, e fica em cartaz em Curitiba e Joinville. Ela faz parte da
programação oficial do Mia Cara 2019, evento que celebra a cultura italiana. Quatro
artistas foram convidados para criar estampas inspiradas em diferentes aspectos
da cultura daquele país, com curadoria da
curitibana Consuelo Cornelsen e da italiana Nadia Calzolari.
foto: Camila Comelsen |
“O evento possibilita um intercâmbio entre os países e formas de expressão. O mundo não tem mais fronteiras. Hoje, tudo converge: arte, inovação, história, conhecimento, tecnologia, culturas, Itália e Brasil, seda e arte. Esse é um projeto inspirado nessas convergências, que busca criar novos pontos de contato e troca entre culturas diferentes", comenta Consuelo.
Estampas à la Italiana
Thiago Goms: cabeça de gato. |
A Itália, país que valoriza cultura e arte há séculos, fez contato com o Brasil, mais especificamente com a seda produzida em Maringá (PR) com o casulo de maior prestígio, Bombyx Mori. A partir daí os artistas convidados se encarregaram de soltar a imaginação para criar as estampas, retratando ícones italianos em arquitetura, gastronomia, paisagens, arte e moda, entre outros.
Inicialmente,
a mostra foi apresentada na Itália, em províncias como
Reggio Emilia e Correggio, no Palazzo della Seta, e na FICO Eataly World, um
dos maiores polos turísticos voltado à gastronomia Italiana.
Agora chega
ao Brasil completa, com 16 desenhos de cada um dos quatro artistas. O nome da
exposição faz referência à data e ao local onde a seda chegou na Itália.
Segundo a
história, no dia 2 de agosto de 1502, a
nobre italiana Lucrécia Bórgia levou essa matéria-prima para o país europeu. Seta significa seda, em
italiano. O“Re” faz alusão à região de Reggio Emilia.
Artistas explicam o trabalho
Fernando Canalli; arquitetura e arte |
Fernando
Canalli usou como referência a leveza da
seda unida ao movimento do desenho, refletindo famosas construções italianas.
"O foulard (lenço) permite que arquitetura e arte se tornem um elemento de
identidade de uso cotidiano e representam a nossa busca incessante por
símbolos, autenticidade e individualidade", comenta o artista.
André Brik:culinária italiana. |
André Brik lançou mão de texturas e volume em seus desenhos, com toque de humor. "Meu trabalho tem relação com surrealismo e naturezas mortas. Gosto de brincar com o formato das coisas. Escolhi a culinária italiana como tema", explica o artista.
Eduardo Bragança:cores da bandeira italiana. |
O português
Eduardo Bragança fugiu do tradicional expressionismo abstrato de seu trabalho
para alcançar um paradigma mais realista nos lenços. Ele criou paisagens
italianas, utilizando as cores da bandeira daquele país. "Acho esse projeto ideal para atrair a atenção do público. O objetivo é tornar o
foulard produto ao mesmo tempo artístico
e de uso, e dignificar a mensagem", avalia.
Thiago
Goms, conhecido por personagens humanos com cabeças de gato, trouxe este
conceito para os trabalhos. "Esta série começou há algum tempo com a ideia
de pessoas que tentam ser livres dentro da sociedade e se arriscam a serem
menos domésticos, viverem do que acreditam. Nas minhas imagens, os felinos humanizados visitam pontos
turísticos e aparecem em clássicos veículos italianos”, revela.
A exposição
“2.8 Seta-Re” ficará em cartaz entre os dias 29 de maio e 09 de junho, no Solar
do Rosário (Rua Duque de Caxias, 04), em
Curitiba, e entre os dias 30 de maio e 09 de junho, no Instituto Juarez Machado
(Rua Lages, 994), em Joinville.
Mais
informações: www.miacara.com.br
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