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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Senhora é a sua mãe. A geração perinneal desrotula a idade.

Written By Deise Sabbag on terça-feira, 12 de fevereiro de 2019 | fevereiro 12, 2019




Para
 uma geração de pessoas  pouco importa o ano de nascimento que aparece no RG. São  os perennials, novo grupo que inclui mulheres, especialmente, de  40, 50 e até 60 anos, que não se limitam aos padrões sociais de suas idades.  Vale  notar a potência que pessoas com o perfil “ageless generation” (geração sem idade) podem ter nas relações, nos hábitos e no jeito de levar a vida.
Convivendo com um público bastante focado – mulheres com as idades a que me referi – consigo notar características muito interessantes: livres dos estereótipos de idade, elas desbancam a ideia de que existe tempo certo para fazer determinadas coisas na vida. Uma mulher de 50 anos que abandona o emprego estável e resolve abrir uma loja virtual para vender seus acessórios e sapatos:  alguém que se preocupa em manter o bem-estar, a mente ativa,  disposto a criar novas conexões, pessoais e profissionais, por exemplo,  são perinneals e às vezes nem sabem.
Nada de Senhora
Uma pesquisa divulgada pelo jornal britânico The Telegraph mostrou que a tendência de “desrotular” perfis é encabeçada por mulheres que nasceram nos anos 60 e 70. Elas passam longe da definição de “senhora”; por vezes, são confundidas como irmãs de seus filhos. A ruptura geracional, claro, não se resume à aparência: vai além da vaidade e provoca uma pequena revolução a todo o momento em que alguém, alguma marca ou instituição, tenta separar as coisas por faixa etária.
Perennials – que vem de “perene” – são pessoas  atentas ao que acontece no mundo, não se sentem presas à idade cronológica, têm amigos de diferentes gerações e adotam um jeito de viver livre, confiante. Não estão interessadas em corresponder àquilo que se espera de alguém com 35, 40 ou 50 anos.  Estamos vivendo um momento perfeito para rever nosso estilo de vida.
J.K.Rowling
Estou sempre em contato com mulheres que trocam experiências, não têm medo de se arriscar na vida profissional, nos relacionamentos, e que estão dispostas a mudar o que for preciso para dar mais sentido à vida. Ajudá-las a buscar direcionamento para tudo isso só me mostra o quanto podemos crescer por nós mesmas, deixando  de lado os tabus e apostando no que nos faz bem.
Nesse sentido, a individualidade é um dos aspectos mais valiosos para os perennials. Falo de fazer escolhas que surgem mais de uma paixão (ou convicção) do que daquilo que seria socialmente aceito para “uma mulher dessa idade”. E isso passa pela decisão de qual bar frequentar, quais roupas e tipo de cabelo usar, que tipo de atividade física colocar na rotina, o que comprar, como se relacionar sexualmente, como fazer uso da tecnologia.

Geração “Dona de Si”
É curioso perceber que, mesmo sendo um perfil coerente com o período de desconstrução de tabus que estamos vivendo, nem todo mundo está pronto para entender essa “geração dona de si”.
A pesquisa divulgada pelo The Telegraph, feita pela agência de marketing SuperHuman com 500 mulheres, em 2017, aponta que 91% delas sentem que o mercado publicitário não as representa. É como se tivéssemos corrido léguas de distância do perfil de dona de casa casada, que já tem os filhos criados e até netos, mas as propagandas ainda nos representassem (apenas) assim.
Michelle Obama
Felizmente, temos exemplos incríveis de perennials que fazem essa nova “geração sem geração” se tornar mais comum: Michelle Obama, a escritora JK Rowling e a atriz Julia Roberts (que aparece na imagem que abre essa matéria) são algumas famosas que reúnem características muito objetivas das “mulheres sem idade”. Atentas, desinibidas, com interesses que podem ser considerados de “meninas de 20 e poucos anos”, são representantes potentes de tudo aquilo que estamos livres para realizar.
Sem Sintoma de Velhice
Assim, o leque de possibilidades aumenta: aprender yoga ou algum esporte, se preocupar com a alimentação, meditar, ir a uma palestra, se divertir com amigas se tornam atividades indispensáveis para quem nega todo e qualquer “sintoma de velhice” ou papel fixo que a sociedade insiste em nos colocar.
E aqui está a beleza da coisa: a mulher não está escondendo quantos anos tem, fingindo ser adolescente de novo ou buscando aprovação alheia.
theka moraes

Aprender com as pessoas de qualquer idade é sempre enriquecedor, mas com os perennials é instigante. Estar atenta ao movimento de mulheres que se sentem capazes de sair de relacionamentos fadados ao fracasso, de mudar de cidade e emprego, de se aventurar em viagens, de estar mais próximas de amigas. De oxigenar suas mentes e renovar as energias. É isso que nos move e nos torna independentes e plenas durante a vida inteira.
Texto de Theka Moraes 
Ela é formada em Gestão Comercial  e acumula expertise no mercado de negócios e relacionamentos, conquistada ao longo dos últimos 15 anos. É fundadora do “The Women”, projeto da TKM Business Advisory, pensado exclusivamente para proporcionar eventos e palestras a mulheres de diferentes perfis.


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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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