Há alguns anos venho alertando sobre um assunto extremamente importante,
que é a possibilidade de o ser humano viver em média mais tempo, ou seja,
ter uma vida mais longa. E, o que é melhor, com mais qualidade e
em atividade. Assim, vamos
ouvir muito falar de longevidade e longeratividade,
que é a geração que passa a viver mais e em atividade.
Apesar de a estética ser um dos
segmentos que mais cresce no mercado, é a menos focada nesse nicho de mercado. Faltam produtos
e serviços específicos. Principalmente porque os poucos que pensaram nisso
continuam enxergando os “seniors” de 60, 70 e 80 anos de hoje como aqueles
senhores idosos de 50 anos da década de 50.
Esta geração é diferente, e acima de tudo
tem poder aquisitivo e sabe bem o que
quer. Não compra qualquer coisa à toa, entende o valor do tempo, e não vai “gastá-lo” em
bobagens: quer qualidade. Este grupo
longevo está mudando os hábitos e costumes de consumo.
Hoje, o Brasil soma 54 milhões de idosos,
população comparável à da
Espanha. Sendo que metade, ou seja, 27 milhões possui renda superior à da média
dos brasileiros. E o panorama futuro
revela que em 2050 serão 98 milhões acima de 60 anos que, por questões inerentes à idade, não pretendem
guardar dinheiro para o amanhã.
foto: El Comercio |
Revisem a Comunicação !
É importante revisar a forma de
encarar o envelhecimento, uma vez que os
longevos serão ativos e maioria. Produtos e serviços do mercado de beleza (beauty),
moda, cosméticos, design – terão que ser redesenhados, com
conceitos adequados a este novo público, e com uma nova comunicação.
As marcas terão que compreender esta
nova identidade de envelhecer. É sabido que
outras tendências cada vez
mais se aproximam de nosso cotidiano, como: Co-existência, Co-habitar,
Co-trabalhar, a relação cada vez mais amigável com a tecnologia digital, e
principalmente a conscientização da importância do natural. Esta geração está mudando totalmente os
mercados, a forma de consumir e de se relacionar com marcas.
Revejam Conceitos !
Aos poucos estamos revendo este conceito de tempo e de nossas vidas. Por exemplo, não fazem mais sentido desfiles de moda e anúncios com jovens de 18 anos vestindo roupas ou lançando tendências para seniors.
Aos poucos estamos revendo este conceito de tempo e de nossas vidas. Por exemplo, não fazem mais sentido desfiles de moda e anúncios com jovens de 18 anos vestindo roupas ou lançando tendências para seniors.
As mudanças já estão ocorrendo. Lembrem
que recentemente o chinês Wang Deshun desfilou aos 80 anos de idade e foi um
sucesso mundial. Ele entrou pela primeira vez numa academia aos 50 anos de
idade e seu corpo foi admirado aos 80.
Não adianta oferecer produtos
cosméticos que prometem rejuvenescer com rostos distorcidos falsamente. Estes
serão substituídos pelo envelhecimento mais saudável. Tudo o que é fake será
duramente discutido e o natural e saudável valorizados.
Como a falta de foco neste público é
geral, faltam campanhas publicitárias que estimulem a sociedade a repensar os últimos
anos de suas vidas. E também incentivo para que este debate esteja na pauta do
dia a dia. As lojas e os pontos de venda deverão mudar. O mesmo deverá
acontecer com o ambiente de morar, com novidades em produtos e serviços para
este segmento.
Acordem Empresários!
alvaro guillermo - foto celina germer |
Essa geração é ativa, quer receber
amigos, tem histórias para contar, não tem necessidade de sair de casa para se sentir animado. Não
precisa de algo como a estratégia do gnomo que Amélie Poulain utilizou para tirar
o pai de casa no ano 2000.
Como escolher produtos para esta
geração? As lojas estão preparadas para receber e atender os idosos? Os poucos mercados que têm se focado nesse
público são os de turismo, lazer e
gastronomia. Mesmo com uma visão equivocada dessas pessoas, tais segmentos têm
gerado ofertas, até porque estão aprendendo sobre os idosos na medida em que a
demanda é atendida.
Concluindo, é importante que os
empresários repensem seus negócios e incluam esse público que dentro de pouco
tempo será maioria. Caso contrário
continuarão trabalhando para uma minoria.
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