Pesquisa de professor da
Universidade de Columbia Britânica destaca que a autocrítica dos Milleniais, jovens de 20 a 30 anos, é dura com relação à
aparência e a prevenção das rugas. Por isso eles acabam adiantando procedimentos para prevenir sinais
do envelhecimento que ainda estão longe de aparecer
Jovens de 20 a 30 anos, os Millenials buscam, mais cedo do
que deveriam, técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para
prevenir sinais de envelhecimento antes que se manifestem. “Este público,
caracterizado por alto senso de perfeccionismo, quer ter uma carreira bem-sucedida, bem como um
relacionamento maravilhoso, além de parecer sempre jovem”, explica o
dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Prejuvenescimento
Tais procedimentos requisitados pelos ‘adiantados’ ganhou o nome
de prejuvenescimento. “Um dos aspectos mais
influentes para esta opção preventiva é o crescente interesse no Instagram.
Os superconectados Millenials são viciados em selfies”, expõe o Dr. Jardis.
Ele cita a pesquisa do Dr. Paul Hewitt,
professor da Universidade de Columbia Britânica, que revelou que a autocrítica nos Millenials é
absolutamente implacável, o que pode levar à depressão ou anorexia, por
exemplo.
“Com foco no perfeccionismo, o limite passa a ser o fio da navalha.
Quando há exagero, a prevenção pode ser traiçoeira. Alguma jovens não buscam
somente a harmonia facial, o mais provável procedimento nesta faixa etária,
mas sim resultados mais evidentes, como uma boca carnuda ou maçãs do rosto
salientes, o que se traduz entre muitos Millenials, na aspirada
‘cara de rica’, uma questão de status e não de estética”, comenta o
dermatologista.
Efeitos a Longo Prazo
Nos Estados Unidos, pesquisas recentes detectaram a intenção de
utilização de toxina botulínica de duas a três vezes por ano pelos jovens
desta faixa. No Brasil, estima-se que o crescimento em número de
procedimentos dermatológicos, realizados entre os pacientes de 20 a 29
anos, atingiu 30%. Esse novo paciente
‘adiantado’ explica também o aumento acentuado dos procedimentos não
invasivos, como reforça o Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP): nos últimos dois anos, a procura por procedimentos estéticos
não cirúrgicos aumentou 390%, enquanto as cirurgias para fins estéticos
cresceram apenas 8%.
À medida em que há excesso, a preocupação passa a ser com os efeitos a
longo prazo. Procedimentos mais praticados, como o uso de toxina botulínica e
preenchimentos, podem trazer efeitos adversos ao longo do tempo. Um estudo
alemão. publicado no Journal of Neural Transmission, destaca que um em cada
200 usuários regulares da toxina botulínica desenvolveu anticorpos contra a
substância. E isso também tem a ver com a reaplicação constante e sem
necessidade, conforme explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance,
membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da
International Society of Aesthetic Plastic Surgery.
“Vale lembrar que é importante procurar um profissional experiente: “Uma
subdose da toxina botulínica pode deixar a ação menos duradoura e, nesse
caso, o paciente pode precisar de outra aplicação mais rápido. Isso pode
sensibilizar o organismo, que pode produzir anticorpos contra a toxina de
forma que ela não terá mais efeito”, alerta a Dra. Beatriz. . A aplicação em
músculos errados e em doses não compatíveis também estão entre os principais
motivos do surgimento de anticorpos contra a toxina botulínica.
Medo de Envelhecer
Esse movimento prejuvenescedor revela o medo do envelhecer. Mas
envelhecer também é bom. Algumas comunidades na Ásia, por exemplo encaram
seus idosos com respeito, são símbolos de sabedoria, consultores, e suas
rugas são motivo de orgulho.
“No mundo ocidental, a beleza é sinônimo de juventude, as capas de
revista estampam jovens, rostos sem qualquer sombra de rugas, mulheres
magras, maquiadas e sem falar no Photoshop. Culote, barriga chapada, rugas,
tudo é visto como doença que tem que
ser tratada a qualquer custo. E antes do verão. E depois do verão? E depois
da gravidez, o corpo mudou, e agora? E depois do 50 anos?”, questiona a cirurgiã plástica.
A Dra. Beatriz destaca que as
cirurgias plásticas evoluem no sentido de dar uma aparência mais natural às pessoas.
Mas essa é uma preocupação que se deve ter apenas quando os sinais do
envelhecimento surgirem. Técnicas novas de aplicação de preenchimentos. como ácido hialurônico, restauram a estrutura da face, compensando
as perdas ósseas e de volume que a face sofre com o envelhecimento e obtendo
um efeito lifting. “A melhor prevenção é uma rotina de cuidados com a pele. Não recomendo adiantar um tratamento sem necessidade e que pode ser preciso somente na
terceira idade”, finaliza o dermatologista Dr. Jardis Volpe.
Fontes:
Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe
(São Paulo). www.clinicavolpe.com.br
Dra. Beatriz Lassance - Cirurgiã Plástica, membro titular da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic
Surgery) e da American Society of Plastic Surgery.(ASPS). http://lassance.com/
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