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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Jovens Previnem Rugas Antes Mesmo que Apareçam

Written By Deise Sabbag on quinta-feira, 26 de julho de 2018 | julho 26, 2018


Pesquisa de professor da Universidade de Columbia Britânica destaca que a autocrítica dos  Milleniais,  jovens de 20 a 30 anos, é dura com relação à aparência e a prevenção das rugas. Por isso eles acabam adiantando procedimentos para prevenir sinais do envelhecimento que ainda estão longe de aparecer

Jovens de 20 a 30 anos, os Millenials buscam, mais cedo do que deveriam, técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para prevenir sinais de envelhecimento  antes que se manifestem. “Este público, caracterizado por alto senso de perfeccionismo, quer  ter uma carreira bem-sucedida, bem como um relacionamento maravilhoso, além de parecer sempre jovem”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

Prejuvenescimento

Tais procedimentos requisitados pelos ‘adiantados’ ganhou o nome de   prejuvenescimento. “Um dos aspectos mais influentes para esta opção preventiva é o crescente interesse no Instagram. Os superconectados Millenials são viciados em selfies”, expõe o Dr. Jardis. Ele  cita a pesquisa do Dr. Paul Hewitt, professor da Universidade de Columbia Britânica,  que revelou que a autocrítica nos Millenials é absolutamente implacável, o que pode levar à depressão ou anorexia, por exemplo.

“Com foco no perfeccionismo, o limite passa a ser o fio da navalha. Quando há exagero, a prevenção pode ser traiçoeira. Alguma jovens não buscam somente a harmonia facial, o mais provável procedimento nesta faixa etária, mas sim resultados mais evidentes, como uma boca carnuda ou maçãs do rosto salientes, o que se traduz entre muitos Millenials, na aspirada ‘cara de rica’, uma questão de status e não de estética”, comenta o dermatologista.

Efeitos a Longo Prazo


Nos Estados Unidos, pesquisas recentes detectaram a intenção de utilização de toxina botulínica de duas a três vezes por ano pelos jovens desta faixa. No Brasil, estima-se que o crescimento em número de procedimentos dermatológicos,  realizados entre os pacientes de 20 a 29 anos,  atingiu 30%. Esse novo paciente ‘adiantado’ explica também o aumento acentuado dos procedimentos não invasivos, como reforça o Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP): nos últimos dois anos, a procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390%, enquanto as cirurgias para fins estéticos cresceram apenas 8%.

À medida em que há excesso, a preocupação passa a ser com os efeitos a longo prazo. Procedimentos mais praticados, como o uso de toxina botulínica e preenchimentos, podem trazer efeitos adversos ao longo do tempo. Um estudo alemão. publicado no Journal of Neural Transmission, destaca que um em cada 200 usuários regulares da toxina botulínica desenvolveu anticorpos contra a substância. E isso também tem a ver com a reaplicação constante e sem necessidade, conforme explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery.

“Vale lembrar que é importante  procurar um profissional experiente: “Uma subdose da toxina botulínica pode deixar a ação menos duradoura e, nesse caso, o paciente pode precisar de outra aplicação mais rápido. Isso pode sensibilizar o organismo, que pode produzir anticorpos contra a toxina de forma que ela não terá mais efeito”, alerta a Dra. Beatriz. . A aplicação em músculos errados e em doses não compatíveis também estão entre os principais motivos do surgimento de anticorpos contra a toxina botulínica.

Medo de Envelhecer

Esse movimento prejuvenescedor revela o medo do envelhecer. Mas envelhecer também é bom. Algumas comunidades na Ásia, por exemplo encaram seus idosos com respeito, são símbolos de sabedoria, consultores, e suas rugas são motivo de orgulho.

“No mundo ocidental, a beleza é sinônimo de juventude, as capas de revista estampam jovens, rostos sem qualquer sombra de rugas, mulheres magras, maquiadas e sem falar no Photoshop. Culote, barriga chapada, rugas, tudo é visto como doença que  tem que ser tratada a qualquer custo. E antes do verão. E depois do verão? E depois da gravidez, o corpo mudou, e agora? E depois do 50 anos?”, questiona a cirurgiã plástica.

A Dra. Beatriz destaca que  as cirurgias plásticas evoluem no sentido de dar uma aparência mais natural às pessoas. Mas essa é uma preocupação que se  deve ter apenas quando os sinais do envelhecimento surgirem. Técnicas novas de aplicação de preenchimentos.  como ácido hialurônico,  restauram a estrutura da face, compensando as perdas ósseas e de volume que a face sofre com o envelhecimento e obtendo um efeito lifting. “A melhor prevenção é uma rotina de cuidados com a pele. Não recomendo adiantar um tratamento sem necessidade e que pode ser preciso somente na terceira idade”, finaliza o dermatologista Dr. Jardis Volpe.

Fontes:

Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). www.clinicavolpe.com.br

Dra. Beatriz Lassance - Cirurgiã Plástica,  membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery.(ASPS). http://lassance.com/

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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