Ela abriu uma das primeiras butiques no Brasil. Também inovou como proprietária de loja
própria com seu nome. Foi ainda pioneira no
comando de uma butique que não apenas
vende, mas fornece orientação de moda para as clientes. Inovou oferecendo multiatendimento: na
linha sob medida e exclusiva de alta-costura, no prêt-à-porter de luxo e no varejo com peças cuidadosamente selecionadas. Constantemente procurada para
fazer inúmeros casamentos, teve a ideia de introduzir o Dia da Noiva em nosso país, mais tarde exaustivamente copiado por maisons e salões de beleza.
Esta é Alzira Macedo,
que, hoje, do alto dos seus 84 anos, continua ativa à frente do ateliê e butique homônima
fundada nos anos 60, e atualmente funcionando num belo casarão antigo no bairro do
Bom Retiro, São Paulo. Nesse local, correndo de uma sala para outra, impecavelmente vestida e sempre de salto alto, ela não esconde o justificado orgulho de ter vestido nada menos do que cinco gerações.
A estlista tem muita história para relembrar e contar. Observa com orgulho que já fez o casamento de avó, mãe, filha, neta e bisneta da mesma família, todas saindo felizes de seu ateliê, vestidas, penteadas, maquiadas e com motorista para conduzi-las à cerimônia. Sempre deu tudo certo, menos num caso infeliz, em que a noiva teve seu vestido rasgado por causa do ciúme da ex-esposa do noivo.
Como boa
filha de mãe portuguesa, ainda bem jovem ela
aprendeu a costurar e definiu seu caminho profissional. “Nasci com
vocação para a moda. Sou autodidata, mas
me preparei por conta própria. Viajava
constantemente para pesquisar tendências, gostos e costumes religiosos de cada país, e
assim produzir o vestido de noiva dos sonhos de cada cliente”, revela.
Conselhos da Veterana
Além da
alta-costura, Alzira também exerce importante protagonismo no prêt-à-porter de luxo, com ênfase nas
roupas de festa. Já perdeu a conta de
quantas celebridades vestiu para novelas ou filmes, entre elas Dercy Gonçalves,
Eva Wilma, Cristiane Torloni.
Como
espectadora de mais de meio século de moda,
a estilista confessa que gostava muito mais dos figurinos dos anos 60,
quando a elegância mais clean e clássica era o princípio dominante na escolha. “Hoje, tudo é liberado: as pessoas usam o que querem, sem preocupação
com biotipo, horário ou ocasião. Vale tudo, e a às vezes a liberdade pode ser sinônimo de escravidão do erro e do gosto
duvidoso. Muitas pessoas entregaram-se ao comodismo: usam a mesma roupa para ficar em casa, fazer
exercício, almoçar/jantar, trabalhar e até para
um compromisso social”, comenta com tristeza.
Como guardiã
da elegância regrada pela idade. horário e ambiente que se vai frequentar, Alzira alerta que é preciso manter acesa a chama do discernimento.
“Existem opções para homewear, beachwear,
sportswear, trabalho, passeio, festa... A
escolha deve atentar para o equilíbrio. Recomendo que as mulheres consultem o espelho com senso crítico. E reafirmo que, em moda, “menos é mais”. Por isso, vale
fugir dos
excessos e supérfluos, dos decotes que descobrem até a alma e das peças muito colantes que revelam tudo e que tendem a vulgarizar a figura feminina”, adverte.
A maison Alzira Macedo fica na Al.
Barão de Limeira, 1455, São Paulo, SP, tel. (11) 3666-6150; alzira.macedof@gmail.com
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