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Modos e Modas é o blog da Jornalista Deise Sabbag. Inspirado nas tendências com possibilidade de alcançar as ruas e focado nas tendências adequadas ao biotipo brasileiro. Deise é autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma”, e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”, glossário reunindo os principais verbetes do setor.
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Até para Copiar é Preciso Arte

Written By Deise Sabbag on segunda-feira, 18 de junho de 2018 | junho 18, 2018


Direcionada para a mulher  madura, a alta-costura continua sendo a grande  fornecedora de tendências para o prêt-à-porter de luxo e para asbutiques sofisticadas do mundo todo. 

Um certo mistério (e muita precaução) ainda ronda as criações da haute-couture francesa. Os convites nominais para os desfiles de lançamento são enviados apenas para jornalistas registrados no sindicato.

 Além disso, tudo corre em segredo nos ateliês. Corta-se e costura-se em salas onde as cortinas são mantidas constantemente fechadas, e não se admite entrada nem das manequins de prova com máquinas fotográficas ou celulares. 

 Mesmo assim, as barreiras do sigilo  às vezes são  rompidas por espiões industriais. O temor maior  dos criadores de alta-costura são os japoneses, conhecidos como usuais e perpicazes  copiadores. 

No entanto,  até para copiar é preciso ser artista. Principalmente quando o modelo utiliza metros e mais metros de sedas ou rendas,  recortes milimetricamente estudados, enviesados perfeitos, além de rendas exclusivas,  bordados e aplicações artesanais. 


imagens da revista clichê

Antigamente, só os costureiros tinham acesso aos tecidos nobres da alta-costura, mas hoje o prêt-à-porter de luxo também consegue, através dos grandes fabricantes de sedas e lãs, mostruários que facilitam a vida de quem copia. 

Mesmo assim, porém,   em uma cópia,  sempre faltará algum detalhe importante. Isso porque certos aviamentos e   acessórios são mais  difíceis de serem reproduzidos, mesmo para o bom espião.

Afinal, os grandes artesãos estão na Europa, mais frequentemente em Paris, o que viabiliza a manutenção da alta-costura francesa. 
Bordadores e confeccionistas de peles,  rendados,  flores, pedrarias etc  preparam cuidadosamente suas coleções para apresentá-las exclusivamente aos costureiros. Fora da França, é o costureiro que deve criar e correr atrás de  tudo. 

Por isso, costuma-se dizer que a  cópia é um trabalho para verdadeiros costureiros. Para “roubar” uma ideia de uma coleção é preciso entender perfeitamente como é feita uma prega,  montada uma manga,  trabalhadas as costuras, babados  ou nervuras, enfim, é necessário conhecer o métier.

Outro agravante para os plagiadores:  é complicado dirigir a mão de obra de qualidade para copiar a alta-costura.  

Por causa dessas dificuldades e pelo discernimento da qualidade artesanal ampliado  entre as consumidoras de posse, pode-se concluir que a espionagem ainda sobrevive, mas os grandes casos, que terminavam num tribunal, tornam-se cada vez mais raros. 

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Sobre Deise Sabbag

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Responsável por matérias especiais para o caderno B e titular de uma coluna no Diário Popular. Redatora especial e redatora de moda do City News, do grupo DCI, que posteriormente adquiriu o Shopping News e o Jornal da Semana. Idealizou e editou o Todamoda, que foi o primeiro caderno totalmente dedicado à moda no Brasil. Responsável pela execução de edições diárias em feiras nacionais de moda, como Fenit, Feninver, Feira de Moda de Fortaleza. Cobertura Internacional e pesquisas de tendências dos desfiles de alta-costura e prêt-à-porter em Paris, Roma, Milão e Londres. Docente do primeiro curso para formação de produtores de moda, ministrado pelo Senac. Foi membro do Conselho de Moda da Faap. Autora de três livros: “A Moda dos Anos 80”, “Na Moda de Corpo e Alma” e “Beleza e Qualidade de Vida de A a Z”.

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